07 fevereiro 2014

Carta Aberta a Bernardo Loubet da Nóbrega

Caro Bernardo,

Antes de mais, permite-me que te trate por "chavalinho", dada a tua tenra idade e nível intelectual. Julgo que não te importarás que assim seja, atendendo ao nível insultuoso com que te diriges às 2236570 almas que não residem no litoral do país (confesso que não incluí nas minhas contas o litoral do distrito de Beja, mas por outro lado considerei todos os outros distritos encostados ao mar o que, atendendo às tuas afirmações, te coloca em vantagem porque, com certeza, que consideras que as gentes de Viana do Castelo também serão provincianas). Vamos então ao que interessa, não sem antes te dizer que se ao longo do texto verificares que a cor do tipo de letra muda, é porque isso significa que existe aí um link que fundamenta aquilo que eu vou escrevendo. É só clicares por cima que poderás observar tudo, chavalinho!

Tive hoje a infelicidade de apreciar um printscreen de uma posta tua na tua conta de facebook. Se não te recordas eu dou-te uma ajudinha com esta imagem captada numa altura em que ainda não tinhas medo do que escrevias e mostravas a tua cara nessa rede social:

As tuas opções ideológicas não me dizem respeito! A liberdade de opinião é garantida por uma Constituição cujo órgão de defesa tu insultas (printscreen) e desejas que se extinga (printscreen), mas mesmo assim eu devo respeito a essa lei-base e, como tal, devo aceitar que tu te assumas como um menininho mimado neo-liberal que nunca necessitou de calejar as mãos a não ser por questões de auto estimulação (na minha terra chamamos punheta a isto, mas achei que ficaria mal num texto dirigido a um menino de bem como tu)! Porém, apelidares as gentes que te dão de comer de parasitas é assim um bocadinho rude, não achas? Lendo isto (printscreen) tenho a certeza que frequentaste colégios privados desde tenra idade. O dinheiro que os teus pais deixaram lá por não te quererem educar deveria ter valido de alguma coisa, mas parece que não! Há aqui uma séria falha na tua formação enquanto homem. Não quero por em causa aquilo que estudaste na Lusófona e que não queres que outros estudem no ensino superior público (printscreen), mas definitivamente que a entidade responsável pela tua formação cívica falhou redondamente! Também já percebi que o teu nível cultural (printscreen) não será o melhor. Acredito que saibas os nomes de todos os concorrentes da "Casa do Putedo" e do Jet7 que snifa coca nas festarolas da tua zona, mas duvido que saibas identificar no mapa todos os distritos do país e indicar qual o contributo de cada um para o PIB nacional (sabes o que é o PIB, não sabes?!). Seria, aliás, muito difícil de aceitar para ti o facto de a quase totalidade dos produtos frescos que consomes serem produzidos por esses "parasitas" desses provincianos. Seria muito difícil para ti defenderes a tese do abandono da província (printscreen) se soubesses que o fiambre não vem da Sicasal, que a cerejeira é a árvore que dá as cerejas e que a batata é um tubérculo que não é produzido na Matutano! Mas mesmo que soubesses isso tudo, duvido que essa tua ideia do parasitismo provinciano e da migração para o litoral mudasse! Para ti, bastava ensinar aos escuteiros ou a outros voluntários (printscreen), o que são umas guinchas e um sacho e ficava o problema da agricultura resolvido. Melhor! Agarrava-se em miúdos de 15 anos cujos pais não pudessem suportar os custos da continuação dos seus estudos (printscreen) e punham-se a cavar!!! Não havia cá parasitismo agrícola a pedir dinheiro pelos produtos, isenção de impostos e subsídios por danos provocados por tempestades. Esses miúdos só eram pobres porque mereciam (printscreen), como tal só tinham era de dar ao lombo!

Mas a realidade é outra, caro chavalinho! Antes de tu nasceres na longínqua França e fazeres a importação desse apelido burguês para terras lusas já os provincianos trabalhavam de sol a sol para garantir a sobrevivência, não só das suas famílias, mas também dos cidadãos do litoral que são incapazes de obter culturas ricas como as do interior. Antes de tu teres idade para dejectares essas diarreias verbais que te vão saindo do teclado do teu Mac de 3000 euros já havia quem pagasse impostos no interior para que a área metropolitana de Lisboa tivesse quatro travessias sobre o Tejo, metropolitanos, CRIL's, CREL's e todas as auto-estradas que têm a mesma origem e o mesmo destino e que são, por isso, redundantes! Já havia quem pagasse impostos no interior para que os teus amigos neo-liberais os usassem em exposições megalómanas ou em triplicações de vias em itinerários complementares e outras estradas da tua zona!
Sabias, caro chavalinho, que a quase totalidade dos subsídios comunitários que um dos teus deuses deveria ter usado no desenvolvimento do interior foram derretidos em cimento e massas betuminosas na tua zona? Pois não sabias, não! Se soubesses...

Para acabar, porque o texto já vai longo, convido-te, enquanto Transmontano migrado por terras tuas, a passares a fronteira do Tejo, caso vás para Sul, ou do Mondego caso vás para Norte. Viaja! Viaja e conhece a realidade desses provincianos! Não há nada como o conhecimento para evitar o ridículo.

Fica bem.

P.S.: Sabias que o primeiro rei de Portugal se chamava Afonso Henriques e que só cercou Lisboa em 1147? Pois é! Ainda as gentes da tua terra eram mouros e já os provincianos eram portugueses!!!

7 comentários:

  1. mto boa a resposta a esse "diarreias verbais".
    saudacoes transmontanas

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  2. Esse Bernardo havia de lhe crescer um ananaseiro na ampola rectal. Depois gostava de o ver a expelir os ananases. Sou transmontano educado e por isso contive - me para não o mandar pra puta q o pariu!!!

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  3. Para alem de ter um respeito enorme pelos bombeiros faço uma vénia ao grande texto acima escrito que penso ter sido o conterrâneo João Mata que apesar de ser "parasita" "provinciano" e transmontano teve cultura e educação e uma capacidade de escrita que no litoral acho que já devem andar a comprar dicionários para tentar perceber o que foi dito. Se ser transmontano é ser parasita e provinciano sou com muito gosto. Mais uma vez parabéns pelo texto.

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  4. totó da merda se não fossem os transmontanos provincianos nem sabias o que eram batatas... e decerto que imaginas que os porquinhos ,as ovelhas ,as galinhas são aqueles animais que aparecem do espaço uma vez por ano no terreiro do paço aquando o continente se lembra de fazer uma feirinha para que meninos como tu entendam que afinal eles existem :-) putos mimados que não sabem que os trasmontano são aqueles que mais contribuem para a economia deste país

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  5. Parabéns pelo texto!

    Os provincianos tem que ir para o litoral??? Parasitas??? Sustentar esse parasitismo??? Este gajo não existe! Será assim tão burro que não percebeu que são esses “parasitas” que lhe poem comida no prato? Ou ele tem a sua horta, a sua vaquinha, os seus porquinhos no seu prédio, lá no litoral? Enfim…
    Mas tudo tem solução e para esse gajo, deixo esta:
    http://obutecodanet.ig.com.br/index.php/2011/06/17/cientista-japones-cria-hamburger-feito-com-fezes-humanas/

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  6. OPUS DAI/CLUBE BILDERBERG!!!


    https://fbcdn-sphotos-e-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xpa1/t1.0-9/10440876_10202316667825761_5316731762831516735_n.jpg

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